por Perilo Borba
“Porém, desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea. Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á a sua mulher, E serão os dois uma só carne; e assim já não serão dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.” (Marcos 10.6-9)
O amor é a manutenção da família. O que significa manutenção? Essa palavra deriva do latim “mantenus tenere”, que significa manter aquilo que se tem. O casamento é uma aliança dupla, entre um homem e uma mulher, mas também uma aliança desses dois com Deus, pois naquele momento do matrimônio foi feito uma aliança do casal com Ele.
Primeiro ponto, pelo qual a gente o mantém, é pelo temor a Deus que é ter reverência ao ponto de não fazer aquilo que Deus odeia. A palavra diz que Deus odeia o divórcio.
“E dizeis: Por quê? Porque o Senhor foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira, e a mulher da tua aliança.” (Malaquias 2.14)
Isso significa dizer que divórcio não deve ser uma possibilidade. No mundo de hoje, casamento se tornou descartável, mas casamento pra Deus não é copo descartável, é um copo de cristal dos mais caros.
“As muitas águas não podem apagar este amor, nem os rios afogá-lo; ainda que alguém desse todos os bens de sua casa pelo amor, certamente o desprezariam.” (Cânticos 8.7)
O que faz com que os relacionamentos familiares se mantenham intactos? Aquilo que dá manutenção, que é o amor. Ele é algo imutável, que não depende das circunstâncias. Eu falo de um amor como ele é, o amor de Deus.
O amor físico, Eros, precisa estar governado pelo amor Ágape – que é o amor de Deus – sendo um amor que não muda, nunca falha e nunca desaparece.
O Amor não se desatualiza, pois Deus é amor, e Ele é o mesmo ontem, hoje e sempre.
Muitos justificam o fim de um casamento com a falta de amor, mas o que pode estar em falta é a sua disposição de viver e praticar esse amor.
Se um dia confessamos Jesus como Senhor e Salvador de nossas vidas, esse amor está em nós. É bem verdade que o Senhor permite o divórcio, quando há traição e se assim for do desejo das partes, porém fazer o que Deus não aprova vai te trazer consequências físicas, mentais e espirituais.
Existem dois tipos de manutenção: preventiva e corretiva.
A manutenção preventiva se faz, normalmente, antes que os fatos ocorram para que estes não aconteçam. A corretiva só é feita após percebermos os problemas, mas, assim como minha vó dizia, “prevenir é melhor do que remediar”.
Não tem como dar a manutenção ou construir um avião com ele no ar.
Solteiros, não deixem para construir o seu avião no ar, calculem as suas despesas. Não se pode entrar em um casamento sem aquilo que vai mantê-lo. Certa vez, o pastor Isaias Tavares, em um dos aconselhamentos, me falou que algo que destrói o casamento são cobranças. Se estamos devendo, eu não posso cobrar, somos eternos devedores de amor.
Quando entramos em um casamento, temos que entender que amaremos nosso cônjuge independente dos defeitos, pois se houver mudança será lucro, mas o amor não acabará se não houver essa mudança.
“Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho” (Eclesiastes 4.9)
Certa vez, eu estava na casa do meu avô e assistia um programa em que algumas pessoas contavam que não casaram e o porquê de não o terem feito. Então meu avô disse: “Coitados!”. Perguntei o porquê, então ele me respondeu: “Porque sozinho não se vive muito tempo. Casamento tem um efeito multiplicador, pois um coloca mil para correr, já dois colocam dez mil”.
“Porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante. Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só, como se aquentará? E, se alguém prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa.” (Eclesiastes 4.10-12)
O amor sempre vai lhe levar a fazer algo pelo outro e quando, no casamento, você faz algo para seu próprio benefício, está com a motivação incorreta. Esse mesmo princípio se aplica ao ato sexual, pois este ato deve ser para que o seu cônjuge se satisfaça e vice-versa. Quando no matrimônio abrimos mão de algo para satisfazer ao outro, somos galardoados por essas concessões.
Porque a nossa família precisa de manutenção? Para conservar, para aperfeiçoar.
Para que o vinho não acabe, nós devemos fazer a manutenção, devemos nos manter abastecidos. Se você não alimenta o seu relacionamento, ele ficará fraco. Muitos, depois do casamento, tentam culpar o matrimônio pela frieza, mas geralmente é culpa dos próprios, que não mantém os mesmos comportamentos mantenedores de antes do casamento; portanto, a culpa não é do casamento.
Tenho que confessar-lhes um pecado que eu já confessei a Deus, antes de casado abria a porta do carro para Stephani, hoje eu vou direto para o meu lado, mas isso é algo que eu preciso reeducar a mente, pois se antes era feito, é possível reeducá-la novamente.
“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto.” (João 15.1-2)
Para fazermos a manutenção em algo é necessário uma pausa. Quantas paradas temos dado com os nossos cônjuges? Temos que ter tempo para fazer algo com eles, para nos abastecermos e assim não tenhamos uma “pane seca”.
Manutenção requer tempo, requer relacionamento. Quanto temos investido em nossos companheiros? Muitos dizem que não têm recursos para investir nesses momentos, mas se não tivermos recursos, temos tempo. Quando foi o último eio em família? Último filme em família? A última brincadeira?
Temos que priorizar as coisas importantes da vida, priorizar a família. Nesses momentos iremos ajustar coisas.
“Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível. Assim devem os maridos amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo.” (Efésios 5.25-28)
Em I Pedro 3 (1-7) é falado que as mulheres devem ser submissas, mas isso também serve para os homens; porém, com um “plus”, pois se assim não for feito, suas orações serão interrompidas.
Todos os dias nós devemos nos alimentar e nos lavar, e assim é no casamento, pois os dois se tornam uma só carne alimentando-se mutuamente, preservando-se um ao outro, lavando-se todos os dias e fazendo a manutenção do relacionamento. Todos os dias eu preciso apresentar para mim mesmo a minha esposa sem mácula, sem defeito. Isso é manutenção. O que vai fazer um casamento permanecer firme não é a valorização dos defeitos, mas a iração das virtudes do seu cônjuge.
*Texto retirado Site da Igreja Verbo da Vida Sede em Campina Grande (PB).
1 Comentário
Que texto precioso! Li com a minha esposa e crescemos muito, claro que no dia a dia o aprendizado de desenvolve pela a prática, a valorização das virtudes do outro nos mostrará que os defeitos são detalhes e serão vencidos pela a prática do amor.
Obrigado por sua vida e seu sim Perilo!!