
Graduado da Escola de Ministros Rhema em Campina Grande-PB
Pesquisas oficiais indicam o crescimento acentuado no número de pessoas que se declaram cristãs-evangélicas e isso, de certo modo, pode ser comprovado pelas muitas denominações existentes, hoje em dia, e a quantidade aparente de pessoas que buscam, nesses espaços, seu ponto de fé, de crescimento espiritual ou, para alguns, apenas uma possibilidade de oportunizar outras tantas relações sociais.
Nessa perspectiva é possível afirmar que igrejas cheias não significam, necessariamente, um aumento efetivo no número de “cristãos praticantes”, uma vez que vai depender do comprometimento individual de cada um. O termômetro, neste caso, não deve ser apenas quantitativo ou meramente declaratório. A vida do cidadão(ã), sua mudança pessoal, os impactos dessa nova vida no seu ambiente familiar, estudantil e profissional vão testemunhar, diariamente, sua verdadeira natureza e estágio no crescimento da fé cristã.
Alguns permanecem inertes, tendo como maior experiência tão somente aquela quando do novo nascimento, sem qualquer desenvolvimento posterior; outros, nem isso, pois usufruem apenas da boa convivência social, ouvindo, respeitosamente, uma boa pregação ou ensino, sem se esforçarem ou exercerem o arrependimento de suas obras mortas, aceitarem o sacrifício de Jesus e, assim, mudarem de vida sincera e verdadeiramente e arem a ter suas próprias experiências pela prática da Palavra.
Onde você se encontra? Em qual das posições você está? Existe convicção no “ser membro” do Corpo de Cristo ou, tão somente, está na posição de ser um “visitador frequente”.
Quando falo do “ser visitador”, não estou me referindo àquelas pessoas que estão em processo de conversão, sensíveis à Palavra, sendo atraídas pelo Evangelho, e, para isso, começam a visitar uma determinada congregação até o momento de o Espírito Santo, tratando individualmente, as convencer do pecado, ocorrer o arrependimento genuíno e com isso o novo nascimento em Cristo Jesus. No caso, me refiro única e exclusivamente àquelas pessoas – até nascidas de novo – conforme dito, as quais, por não possuírem, entenderem ou mesmo recusarem essa percepção de ser parte do corpo/membro, permanecem nessa constância descompromissada, sem vínculos ou envolvimento na igreja
que então frequenta.
Em 1 Coríntios 12.27 lemos a afirmação que nos faz refletir a respeito do nosso papel cristão: “Ora, vocês (nós) são o corpo de Cristo, e cada um de vocês, individualmente, é membro desse corpo”.
Nessa perspectiva é muito importante compreender o que está descrito em Romanos 12.4-5, que, sendo membros, assim como possuímos um corpo com muitos membros, nem todos exercem a mesma função – e nesse contexto é importante destacar que quando o apóstolo Paulo consegue distinguir as diferenças desses papéis, ele também afirma, subjetiva e peremptoriamente, que cada um possui uma função. Inexiste, pois, a figura do
“membro morto, desnecessário ou figurativo”.
Ainda segundo o texto bíblico citado, o Corpo de Cristo é formado por muitos membros (nós) e cada um está ligado a todos os outros, fazendo esse corpo funcionar, pelo poder do Espírito e sendo guiado pelo cabeça (Jesus).
Dessa forma, é muito importante esclarecer e evidenciar essa condição de pertencimento ao Corpo, não mais pensando em si mesmos, de modo egoísta, individual, mas, agora, como membros de uma coletividade em plena atuação, capaz de alcançar outros tantos e a auxiliar nesse reencontro com o Senhor.
Qual é o nível de envolvimento que você possui na igreja local? Que tipo de membro você é e qual é a função que você exerce ou deveria exercer? A verdade que temos, e pode ser dura, ainda reflete o comprometimento de poucos em detrimento do usufruto inerte de muitos. Nos departamentos gerais, muito provavelmente, a maior dificuldade venha a ser, justamente, de pessoas voluntárias, dispostas a exercerem uma função confiada. “A seara é realmente grande, mas poucos são os ceifeiros” (Mateus 9.37).
Noutra linha, também é possível observar que alguns, mesmo estando em atuação direta em um determinado departamento, exercendo uma função específica, o seu mau desempenho, desencorajamento e falta de zelo faz com que a sua parte de responsabilidade, no que se refere a sua existência essencial no todo, no corpo, acaba comprometendo todo o corpo, como se fosse um órgão adoecido – que afeta todo o sistema; sendo necessário, em casos mais graves, até a realização de um transplante, uma retirada, uma substituição.
Portanto, talvez seja preciso um despertar individual de cada um de nós, realizando uma auto avaliação bem criteriosa, para podermos responder adequadamente se somos membros ou apenas um frequente visitador. Em sendo membros, somos diligentes naquilo
que exercemos, ou estamos na mesma condição de um órgão adoecido?
Por fim, “Que a paz do coração que vem de Cristo esteja sempre presente no coração e na vida de vocês, pois isto é a responsabilidade e o privilégio que (nós) vocês têm como membros do seu corpo. E sejam sempre agradecidos. Lembrem-se do que Cristo ensinou e que as suas palavras enriqueçam a vida de vocês e os tornem sábios; ensinem essas palavras uns aos outros e cantem-nas em salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com corações agradecidos. E tudo quanto fizerem ou disserem, seja como se vocês fossem representantes do Senhor Jesus, e vão com Ele a presença de Deus o Pai para dar Lhe graças” (Colossenses 3:15-17).