Thayanna CunhaThayanna Cunha

Professora do Rhema

No meu ultimo texto postado aqui (E o coração dos que servem?) eu trouxe para você algumas das minhas reflexões, e queria retomar algumas coisas dele para darmos continuidade Tenho me questionado há um tempo: O que deve ter antes/durante/depois do serviço? Não temos nenhuma garantia de que os nossos irmãos em Cristo, liderados e membros estão bem espiritualmente, salvo o próprio Espírito Santo que pode nos informar tais coisas, mas há algo que podemos fazer por cada uma delas: Apascentar.

Nós temos duas traduções gregas para esta palavra no dicionário Strong, são estas:

Bosko 1)Alimentar 1a) retrata o dever de um mestre cristão de promover por todos os meios o bem estar espiritual dos membros da igreja

Poimano 1) reger, governar 1a) prover pasto para alimentação , nutrir, cuidar do corpo de alguém, suprir o necessário para as necessidades da alma.

Ele acrescenta que o primeiro significado está mais relacionado ao alimentar enquanto o segundo ao cuidar, supervisionar. Gosto de um dos significados que a palavra bokso traz: “o dever de um mestre cristão de promover por todos os meios o bem estar espiritual dos membros da igreja”. Nós como cristão temos o dever de apascentar nossos irmãos, cuidar deles para que não se percam.

Nós precisamos desassociar que essa é uma função apenas do pastor. Vou dar um exemplo: na igreja que faço parte, temos nove pastores e cerca de mil e quinhentos membros. Num calculo rápido, cada pastor teria de cuidar diretamente de 166 pessoas, por mês ele teria que visitar em torno de seis pessoas por dia, e mesmo assim só teria um contato de qualidade com cada uma delas apenas uma vez por mês!

Esse calculo é absurdo! Não tem como apenas o pastor cuidar dos seus membros, é exatamente nessa hora que entra o nosso papel, de cuidar do coração de nosso irmão, cuidar do coração das pessoas que fazem parte do nosso departamento. Nós não podemos esquecer que o objetivo de Deus é que não se perca ninguém no meio do caminho, que nos final estejam todos.

Mas isso só será possível quando compreendermos de fato que uma igreja não se faz apenas com mãos que trabalham, mas com corações que amam, com vidas que se entregam, todo o nosso trabalho é para nós mesmos, para que continuemos firmes, arraigados no amor, na fé, inabaláveis na rocha que é Cristo.

Conhecemos bem a história de alguém que resolveu abrir mão do serviço para cuidar do coração, mas eu vou relembrá-la pra você: E alguns dias depois, disse Paulo a Barnabé: Tornemos a visitar nossos irmãos por todas as cidades em que já anunciamos a palavra do Senhor, para ver como estão. E Barnabé aconselhava que tomassem consigo a João, chamado Marcos. Mas a Paulo parecia razoável que não tomassem consigo aquele que desde a Panfília se tinha apartado deles e não os acompanhou naquela obra. E tal contenda houve entre eles, que se apartaram um do outro. Barnabé, levando consigo a Marcos, navegou para Chipre. E Paulo, tendo escolhido a Silas, partiu, encomendado pelos irmãos à graça de Deus. Atos 15:36-40

Temos dois homens com características e personalidades diferentes que estão cumprindo um mesmo propósito, mas em dado momento eles divergem, por conta da desistência de João Marcos da primeira viagem, Paulo não quer levá-lo com eles, já Barnabé aconselha que sim. Cada um tinha seus motivos, Paulo não queria correr o risco de ter uma equipe ministerial desfalcada mais uma vez, uma pessoa a menos devia fazer diferença, já Barnabé não queria partir e deixar pra trás um homem com o sentimento de que foi rejeitado, desqualificado para o trabalho.

A Bíblia não nos dá uma resposta sobre quem estava certo ou não, Lucas não se detém a nos mostrar mais detalhes da situação, mas podemos pensar a respeito disso, Se fôssemos Barnabé, o que decidiríamos? Entraríamos naquele barco e deixaríamos pra trás aquele homem que já tinha desistido uma vez, mas que estava disposto a enfrentar outra viagem, ou ficaríamos com ele, mesmo sabendo que estaríamos deixando pra trás o homem mais brilhante da história da igreja?

Não sei se seria uma escolha fácil de fazer, afinal de contas, quem não gostaria de ser da equipe de Paulo, esse homem estava colocando uma bandeira do evangelho a cada cidade que ava, Paulo era incansável! Como sair de cena e ir para os bastidores por algo que era “culpa” de outro?

Mas a história de João Marcos não fica por aí, como você sabe: (…)Só Lucas está comigo. Toma Marcos, e traze-o contigo, porque me é muito útil para o ministério. (II Timóteo 4:11.) Sei que tenho feito muitas perguntas ao longo desses dois textos e tenho também as deixado sem respostas, mas tenho mais algo que quero lhe perguntar:  Quem está disposto a ser Barnabé? Esquecer por algum tempo o grande trabalho e parar para cuidar de um coração desertor?

Por fim, te convido a se colocar no lugar de João Marcos, Qual seria a felicidade e esperança se soubesse que o braço direito de Paulo tivesse se apartado da comitiva para fazê-lo apto de novo? Eu não quero ser João Marcos e retroceder, mas se isso chegasse acontecer eu queria encontrar Barnabés que estão dispostos a não desistir de mim.

Existem hoje alguns João Marcos por aí, pessoas que desistiram da viagem, existem também algumas ovelhas que se perderam no meio do caminho, mas vamos desenvolver uma consciência de que vale mais o coração, vale a vida, a caminhada cumprida, não queira continuar sem aqueles que estavam juntamente com você no caminho.

Apascentar é um dever de todos, e um ótimo método para prevenir que pessoas se ludibriem e se desviem dos Caminhos do Senhor, O coração vem primeiro que o serviço, que nunca esqueçamos disso!

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