
Professora do Centro de Treinamento Bíblico Rhema
Há alguns dias, eu estava orando em línguas enquanto organizava as coisas em casa e, o Espírito me disse: “Vai acontecer algo muito triste!” Naquele momento, eu fui envolvida por um sentimento angustiante, uma sensação de perca. Não discerni do que se tratava. Esse peso me acompanhou até saírem às últimas notícias desta semana sobre a Colômbia, sobre a Europa.
Alguns dias se aram e, novamente o Espírito me despertou e me tornou a par do sentimento que há no coração de Deus por tantos que já estão perdidos e outros que se perderão em consequência de coisas que nós, como Igreja, poderíamos mover e remover em oração. Não podemos impedir que coisas ruins aconteçam, o mundo e essa geração estão fadados a isso.
É fato, JESUS ESTÁ VOLTANDO! Mas, podemos minimizar ou até mesmo anular o impacto que isso trará às pessoas que ainda caminham na escuridão e tem o coração aberto a transformação.
Oração é um tema muito ensinado na maioria das Igrejas. Viver uma vida de oração é até um requisito para atuar em departamentos da Igreja local, no ministério. Nada de errado nisso. Contudo, é um assunto pouco praticado, pouco vivido, não dá para ser cobrado, tem que ser inspirado! Sobretudo em dias como esses, em que o sobrenatural não deveria ser escanteado.
A manifestação disso como sinônimo da intervenção divina, depende da profundidade do nosso relacionamento com Deus, consequentemente, da nossa vida de oração. Em Gênesis 18. 16-33, Moisés registra uma conversa que aconteceu entre Deus e Abraão, a quem Deus chama de amigo e servo. Nessa conversa, Deus se questiona se faria algo sem compartilhar com aquele que caminhava com Ele, debaixo da Sua promessa. Certamente não. Deus abriu Seu coração com um homem, que na condição de amigo pôde sentir o coração Dele e a gravidade do que estava acontecendo em Sodoma e Gomorra. A partir dessa percepção, o amigo “pegou o seu crachá de servo” e serviu a Deus na intercessão.
A profundidade do relacionamento de Abraão com Deus resultou em livramento para os seus familiares. Talvez, as últimas notícias não te estimulem a desenvolver profundidade na sua vida de oração, porque você acha que isso não te afeta diretamente. Afinal, muitas vezes, a nossa vida de oração se limita a pedidos e resoluções particulares de interesses próprios. Mas, Jesus nos alertou sobre isso quando conversava com os seus discípulos a respeito do grande julgamento.
Em Mateus. 25. 31-46, Jesus fala sobre algo que acontecerá e destaca posicionamentos que deveriam ser assumidos pelos Seus diante do faminto, do sedento e do forasteiro. Minha ressalva fica sobre o último. Para os brasileiros, um povo estritamente aberto e acolhedor é cultural acolher o estrangeiro. Mas, para os judeus, com quem Jesus falava na época, não seria nada comum trocar uma ideia com um estrangeiro, quem dirá hospedá-lo! Uma das aplicações que trago para mim deste texto é que Jesus se referia ao ímpio, ao gentio que deveria ser acolhido por aqueles que tem relacionamento com Ele e uma das maneiras que podemos fazer isso é através da oração.
O mundo está doente e não temos tempo hábil para lidar com essas coisas apenas de forma natural. Céu e Terra precisam se manter unidos. Pois é nesse encontro que a nossa indignação deve ser conhecida. Acredito que essa deveria ser a nossa maior motivação no que concerne a oração: aprofundar a nossa intimidade com Deus e servi-lo promovendo livramento àqueles que eram estrangeiros e se tornaram parte da nossa família por meio da morte e ressurreição de Jesus Cristo. Quem ouvir e crer será salvo e nós, galardoados.
Essa é a virada de chave que a sociedade precisa e só a Igreja tem esse poder.