Diário de Bordo: Últimas ações do Beleza Rhema marcaram as vidas de muitas

Para melhor compreensão, leia o primeiro Diário de Bordo aqui.

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Dona Joseane disse que todas apareceram com os rostos sem lavar para a aula do Rhema esta semana. O motivo foi a maquiagem que fizeram no Beleza Rhema. “Foram bem arrumadas, maquiadas e com sorrisos de orelha a orelha”, contou ela cheia de orgulho. O professor que está dando aula, pastor Isaías, ficou chateado porque sua careca não o permitiu se embelezar também. Nós bem sabemos que este não é o único motivo, afinal, o embelezamento foi só para meninas.

Mas resumindo as ações desta semana, se é que dá para resumir. Na terça-feira, feriado, proclamação da república, o dia começou bem cedo para os voluntários do projeto Beleza Rhema, mais especificamente às seis da manhã. Meia hora depois já havia gente do lado de lá dos muros arrumando o salão. Pouco tempo depois, a movimentação aumentou e, às oito horas, já foi possível receber as alunas do Rhema no Sistema Prisional que seriam atendidas no dia.

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“Entra na minha casa, entra na mina vida, mexe com minha estrutura, sara todas as feridas. Me ensina a ter santidade, quero amar somente a ti”, cantavam as reeducandas em um lindo coral. Desta vez, regidas pela melodia de um violão.

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Após o louvor, uma palavra de salvação, quebrantamento e esperança. “Você não foi um engano. Você não nasceu por acaso, existe um propósito para sua vida. existe um ouro dentro de você”, foram algumas das exortações que inspiraram a todas. A manhã seguiu calma, entre os barulhos de secador, chapinha, e tesouras. Uma brisa suave vinda das montanhas ao redor do presídio, balançava os pompons cor de rosa pendurados nas portas do enorme salão e refrescava a todos entre as conversas, risadas e choros. Muitas histórias ali contadas foram levadas com o vento para o mar de esquecimento.

Quarta-Feira

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Aqui, saltamos para o final da quarta-feira, pois aconteceu o que poderíamos dizer que é o ápice de todos esses dias. Este foi por volta das 20h30, mulheres quase no fim de suas produções e uma surpresa para todas atrás das grades do presídio. Quatro voluntárias da equipe entram animadas no corredor das celas, levam consigo uma palavra para alcançar a todas as mais de 105 presidiárias. Dona rosa, uma das agentes penitenciárias, entrou no corredor e apresentou a equipe. Um apito melindroso foi seguido de um silêncio que deu lugar a voz de Ana Gaia Rufino. Entre as grades, mãos segurando espelhos permitiam que todas dentro das celas se amontoassem para ver o que estava acontecendo. Ana falou sobre salvação e a necessidade de Jesus na vida de cada uma.

“Senhor Jesus, nesta noite eu abro meu coração para você. Eu reconheço o teu sacrifício na cruz do calvário… Cristo é o meu dono, é o meu salvador”, reverberava a voz de muitas juntas. Palmas e uma canção começou a ser entoada. Rosa explicou que elas haviam pedido para cantar uma música para a equipe. Era possível ver no seu rosto de iração que aquela não era uma atitude muito comum. Uma forma de agradecimento. Após a evangelização e salvação de muitas, a equipe distribuiu saladas de frutas para todas entre as grades.

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Segura as emoções e voltemos ao começo da quarta, por volta das 14h. A professora do Rhema Bernadete foi quem ministrou no início da tarde. “Hoje é seu dia de ficar bela por fora, porque por dentro você já é bela”, disse ela dando o start do dia.

Mais uma vez começaram as produções. Sobrancelhas, tinturas, maquiagem, cachos, fotos, e claro, progressivas, muitas progressivas. Gislene Kelly usava uma touca para fazer luzes que parecia ter sido criada pelos nazistas para tortura. Mas mulher tem dessas coisas, não se importam de sofrer, desde que o resultado seja belo.  O dia seguiu cheio de trabalhos, amor, comida, conversas e muitas sementes em forma de palavras.

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No final do dia, já a noite, clientes satisfeitas, sementes regadas. Todos cansados, porém, gratos. Desmontaram toda a estrutura que havia sido montada para as ações. A próxima ainda não se sabe quando será, mas, para cada um que se doou durante esses dias, a certeza de que valor algum paga as experiências ali vividas e o amor que pôde ser plantado. Algumas frases marcantes ouvidas podem traduzir um pouco dessas emoções:

”Um negócio que eu nunca comi na vida! patê!”;

“o Rhema mudou vários pensamentos ruins que eu tinha. Mudou para melhor”;

“Foi tão bom ar a tarde aqui”;

“Estou me sentindo lá em Janeide Cabelereiros”;

“Eu não estou me sentindo presa. Estou me sentindo liberta”;

“Parabéns para todos do Rhema. É o ano todo a escola aqui. Sem feriado, sem folga. Às vezes são os primeiros a chegar e os últimos a sair. Quando dá a hora, a gente já sabe: tem que abrir o portão para o Rhema”.

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